LDU rumo a Tokio!!!

Começou mal, ficou bom, ficou melhor ainda e ficou dramático. Mas terminou tragicamente.

A história da segunda partida da final da Libertadores entre Fluminense e LDU foi estranha.

Foi um jogo que teve cara de jogo comum, não de final. Por que? Porque na final, os times não costumam dar espaço para o adversário jogar, e ambas as equipes deram. Em uma grande final, as equipes costumam ter zagas bem armadas, e o setor defensivo dos dois times se mostrou ruim, o do Flu na primeira partida e o da LDU ontem, no Maracanã.

Os equatorianos conseguiram calar 80 mil vozes que acreditaram e cantaram até o final da prorrogação, porque nas cobranças de pênaltis a coisa degringolou e o caneco foi pro vinagre.


Renato Gaúcho decidiu entrar com o mesmo time de sempre, para "prestigiar aqueles que nos trouxeram até a grande final". Deixar Dodô no banco no primeiro tempo foi um erro.

A LDU em seu primeiro ataque já abriu o placar, em uma falha de marcação da zaga do Flu, logo aos 5' da etapa inicial.

Thiago Neves, o nome do jogo, empatou aos 11', e fez mais um ainda no primeiro tempo. Logo no início da etapa final, fez mais um de falta e com esse resultado a decisão ia para a prorrogação.

Muller (ex-jogador do São Paulo) comentava na SporTV: "o quarto gol é questão de tempo, o Flu tem que ter calma agora para poder levar o título ainda no tempo normal".

Mas aí o Flu parou de jogar. Achou mais cômodo não se expor e correr o risco de levar mais um gol. E foi empurrando o jogo com a barriga, achando que decisão por pênaltis seria bom.

Ninguém entendia porquê Cevallos era o goleiro titular da LDU neste jogo. 37 anos, lento e com uma contratura na coxa direita. Por que diabos esse cara estava em campo? Na hora dos penais, descobrimos o motivo.

Cevallos catimbou o jogo todo, e na hora dos penais até saiu do gol na cobrança de Thiago Neves para reclamar com o juiz. Experiente, o arqueiro usou de toda sua manha para desestabilizar o Flu. E conseguiu.

Conca, Thiago Neves e o péssimo Washington tiveram suas péssimas cobranças defendidas pelo goleiro equatoriano.

O que mais comentar dessa desgraça?

Ah, Washington falou a semana toda: "tô pronto pra jogar", "meu sonho é fazer o gol do título", etc. Logo após o gol da LDU, ele teve chance clara como o dia para empatar, mas frente a frente com Cevallos, chutou cruzado para fora. Em Quito, na semana passada, ele fez a mesma coisa. Washington jogou bem contra o São Paulo e contra o Boca Juniors, mas provou nesses dois últimos jogos que é daqueles jogadores que pipocam quando o bicho pega. Tipo o Luís Fabiano. E Washington ainda cobrou um pênalti horroroso cuja defesa por Cevallos garantiu o primeiro título da Libertadores para a Liga Deportiva Universitaria do Equador.

Hector Baldassi, o árbitro do jogo, teve uma atuação similar à de Washington: péssima. O juiz argentino não marcou um pênalti claro em Washington no primeiro tempo e também validou um impedimento inexistente minutos depois. No segundo tempo, validou um impedimento mal marcado que resultaria em gol da LDU. Foi passivo com a cera equatoriana a partida toda. Os laterais e tiros de meta demoravam até 01 minuto para serem cobrados. Para mostrar que não estava ali para fazer amigos, Baldassi deu cartão amarelo para Cevallos aos 13 minutos do 2º tempo da prorrogação. Cevallos fez cera desde o início da partida.

Ao meu ver, é uma grande tristeza para nosso futebol perder uma final de Libertadores para um time inexpressivo como a LDU. Um time que mesmo jogando em casa tem a defesa mal armada e que dá espaços para os atacantes adversários. Se a LDU tivesse enfrentado os times que o Flu eliminou nessa Libertadores, não chegaria na final nem se tivesse que jogar 10 vezes contra cada adversário.

No Mundial de Clubes no Japão, em dezembro, acredito que a LDU não vá fazer nada de importante. Se conseguir chegar até a final que com certeza será contra o Manchester United, leva uma sova.

Pelo menos essa derrota vai ensinar o Renato Gaúcho a ser mais humilde ("vamos brincar no Brasileirão", "Boca Juniors, prazer, Fluminense", lermbram dessas?), e o Washington a falar menos, sonhar menos e jogar mais.

Abraço!